Atualizado em
18/03/2015 07h28
Quantidade de tremores diminui após ele começar a pintar quadros.
Quantidade de tremores diminui após ele começar a pintar quadros.
Luiz de 77 anos, descobriu a habilidade em Itanhaém, SP.
Mariane Rossi
Do G1 Santos
Luiz faz quadros no tratamento do mal de Parkinson (Foto: Mariana Rodrigues/Prefeitura de Itanhaém)
Um idoso com Mal de Parkinson encontrou na pintura uma forma de reduzir
os tremores provenientes da doença. Morador de Itanhaém, no litoral de
São Paulo, ele descobriu uma habilidade e conheceu o prazer de pintar
quadros, o que retomou sua autoestima, que tinha sido perdida com a
doença. Os quadros do novo artista estão expostos no Centro de Itanhaém e
se tornaram um exemplo de que é sempre possível viver melhor.
O aposentado Luiz Carlos Azevedo, de 77 anos, descobriu que tinha Mal
de Parkinson há seis anos. “Eu descobri porque estava em uma festa e
percebi que tremia. Um amigo falou que eu tinha que ir ao médico”,
conta. O aposentado seguiu o conselho e confirmou que tinha o Mal de
Parkinson, uma doença degenerativa que afeta o sistema neurológico, a
coordenação motora e provoca tremores.
Luiz começou a fazer terapia no Centro Municipal de Reabilitação (CMR)
há um ano. O aposentado tinha dificuldades para escrever e não conseguia
assinar o próprio nome. A terapeuta ocupacional Fernanda Luppino
iniciou atividades de escrita e logo descobriu que o idoso tinha aptidão
para a pintura de quadros.
Quadros de Luiz retratam a natureza (Foto: Divulgação/Prefeitura de Itanhaém)
Fernanda começou ensinando movimentos amplos e com pincéis mais grossos
e, depois, passou para os traços mais finos e detalhados, até finalizar
com a assinatura de Luiz. “Eu aprendi com a Fernanda me ensinando. Já
fiz sete quadros”, afirma ele. As pinturas do idoso são sempre ligadas à
natureza, flores e barcos na praia e o mar.
A pintura auxiliou Luiz no tratamento de Mal de Parkinson e os
resultados começaram a aparecer aos poucos. Após mais de um ano de
acompanhamento e pintura, ele nota as melhoras. “O tremor diminuiu
bastante. Peguei gosto pela pintura. Eu acho que agora estou pintando
bem, estou pintando melhor. Me agrada muito fazer isso“, diz ele.
Luiz faz quadros no tratamento do mal de Parkinson
Já a terapeuta explica que o Mal de Parkinson é uma doença progressiva
e, por isso, o tratamento consegue retardar cada vez mais os sintomas e a
piora do paciente. “Com as atividades, a doença progride mais devagar.
Algumas habilidades motoras melhoraram”, afirma.
A questão emocional foi desenvolvida nas aulas de pintura. “É um
processo difícil ver a perda de habilidades e da autonomia. Foi um
processo importante expor o trabalho dele. Trouxe de volta uma
autoestima, um processo de autonomia que vinha se perdendo com o curso
da doença. Foi uma superação ele aprender a atividade com idade avançada
e a doença", diz.
Os quadros de Luiz estão em uma exposição no Espaço do Gabinete de
Leitura, na Praça Carlos Botelho, 149, no Centro Histórico de Itanhaém,
sempre das 9h às 17h, até o dia 20 março.
Pinturas do idoso estão expostas em espaço em Itanhaém (Foto: Divulgação/Prefeitura de Itanhaém)
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