Atividades em grupo ajudam o idoso a manter uma relação de socialização, principalmente quando queremos trabalhar a inter-geracionalidade, onde idosos, jovens ou crianças podem estar trocando experiências de um bom viver, precisamos viver com qualidade de vida, repassando para as novas gerações saberes que se perpetuam através dos tempos. Precisamos ajudar os idosos a se manterem com autonomia e independência por longo tempo.
Sandra Almeida
Durante grande parte de sua vida, o ser humano
busca conhecimentos, relacionamentos e conquistas profissionais e pessoais.
Mas, ao chegar a uma certa idade, ele passa a ter que se adequar a novas atividades,
rotinas que, antes, pareciam ser mais fáceis de manter. É nesse momento que é
preciso atenção especial para garantir uma vida ativa e um envelhecimento
saudável.
O
Brasil, hoje, apresenta uma contagem de aproximadamente 21 milhões de idosos
(pessoas com idade igual ou superior a 60 anos). Em 2025, esse número deverá
alcançar 32 milhões, quando o país ocupará o sexto lugar no mundo em população
idosa. Já em 2050, o percentual de pessoas na terceira idade será igual ou
superior ao de crianças de 0 a 14 anos, segundo dados do IBGE.
Apesar
de espantosos, os números não demonstram uma sociedade que se tornará velha, mas sim, a certeza de um país que deverá trabalhar cada
vez mais para dar um grande “salto” em sua visão do que é envelhecer. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) já comemora a adoção do termo
“envelhecimento ativo”, que refere-se à participação contínua dos idosos nas
questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à
capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. Apesar dos novos conceitos, garantir
qualidade de vida aos já experientes tem início com eles mesmos, nas ações do
dia a dia.
Para
a Gerontológa e colunista do site Paula Bissoli, quando pensamos em
“envelhecer bem” devemos nos atentar ao fato de que não há uma receita única,
pois é preciso incluir nesse pensamento a idéia de que o processo de
envelhecimento é heterogêneo, ou seja, cada pessoa mantém uma vida diferente da
outra, com hábitos distintos que influenciam na saúde. “Uma velhice bem
sucedida, levando em consideração a heterogeneidade biológica e social, pode
resultar de hábitos saudáveis, o que inclui prática de atividades físicas,
alimentação equilibrada, envolvimento ativo com a vida e boas relações
pessoais”, explica a profissional.
Pensando
em manter a saúde, a Sra. Ivanilde Dias Camelo Soares procura
inserir em sua alimentação, que muitas vezes inclui os salgados fritos que
vende, as frutas. “Eu gosto delas [frutas] e estou sempre comendo algumas por
dia, pois ajudam a hidratar e fazem bem”, conta.
Cuidados de toda uma vida
Ao
envelhecer, é comum se esperar alguns indicadores desse processo, tais como
mudanças na aparência e déficits sensoriais. Junto a eles também são associadas
algumas doenças, como as cardiovasculares, demências senil (como, por exemplo,
o Alzheimer), doenças neurológicas e certos tipos de câncer. “Nossa resistência
ao frio e ao calor são diminuídas, assim como a força e a mobilidade, além de
ocorreram perdas psicomotoras que se relacionam à capacidade de aprendizagem, a
memória e à inteligência”, conta Bissoli.
Para
ajudar a evitar esses “sintomas”, outra vez entram em cena os cuidados tomados
durante toda a vida, como a prática de atividades físicas, a alimentação
saudável, a proteção contra os raios solares e até fatores de personalidade,
como o bom humor. Já algumas dessas mudanças são inevitáveis, pois derivam de
programações genéticas.
Atividades
físicas e em grupo
Quem
nunca se divertiu correndo atrás de uma bola ou batendo papo com os amigos? Os
momentos alegres com certeza animaram seu dia e garantiram boas risadas. E por
que não repetir as ações quando se chega à terceira idade?
As
atividades físicas, além de serem prazerosas também auxiliam na saúde. “Se
levarmos em consideração que o processo de envelhecimento é progressivo e que
afeta as capacidades energéticas (metabolismo, circulação e respiração), assim
como a diminuição da força, mobilidade e resistência, a atividade física é
capaz de contribuir para a manutenção fisiológica e para o funcionamento normal
físico e psicológico das pessoas, além de ser uma prática que estimula o
contato interpessoal dos Idosos”, explica a Gerontológa. No entanto, a
profissional alerta que é preciso avaliar cada idoso individualmente antes da
prática, considerando seus objetivos, capacidades e limitações.
As
relações de amizade podem, e devem, ser incorporadas na rotina dos idosos. As
atividades em grupo, por exemplo, fazem com que eles consigam transmitir sua
herança cultural, através de autobiografias (narrativas pessoais), usufruindo
da oportunidade de falar do passado, sem cobranças típicas da vida adulta.
“Falar do passado pode funcionar como um mecanismo de ativação cognitiva, ou
seja, nos permite manter a memória sempre ativa além de proporcionar prazer,
alívio e conforto, melhorando a autoestima de muitos idosos”, afirma Bissoli.
Além disso, os grupos aumentam os contatos, a integração e o reconhecimento
social deles.
Para
a Sra. Iolanda Silveira Camargo, que há três anos participa do Grupo da Melhor
Idade de Itu, a interação com outros idosos traz felicidade e aprendizados,
além de ser uma ótima maneira de distrair a mente. “Eu não participo de todas
as atividades, mas sempre que vou até lá volto feliz. Todos gostam de mim”,
conta.
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