Achei relevante a pesquisa sobre a importância do estimulo cognitivo como refere a gerontóloga Paula Schimidt
Brum “Temos mostrado que a realização dos treinos amenizar a progressão de uma
doença neuro-degenerativa e mantém o desempenho cognitivo de idosos. É um modo econômico de melhorar a qualidade de vida dessa
parte da população” . A realização de atividades é uma
forma eficiente de prevenção de inúmeras doenças relacionadas à
memória. São ações que ajudam o idoso a enfrentar as perdas cognitivas provenientes da idade.
Sandra Almeida
idosos
podem aumentar seu desempenho em testes de atenção, memória e
velocidade de processamento após constantes treinos de memória e
cognição.
A pesquisa da gerontóloga Paula Schimidt
Brum buscou entender como os idosos saudáveis, e outros com
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), respondiam a um treino que
enfatizava duas estratégias de memorização: categorização para lista de
supermercado e grifos para recordar textos.
“O objetivo do treino de memória era ensinar
estratégias para que os participantes pudessem utilizá-la no cotidiano.
A estratégia ajuda o participante a memorizar determinada informação
facilitando sua recordação mesmo a longo prazo”, afirma a pesquisadora. O
CCL é uma condição clínica em que a pessoa mostra prejuízo em uma ou
mais das seguintes habilidades cognitivas: memória, atenção, raciocínio e
velocidade de processamento.
Treinamentos e avaliações
Durante o desenvolvimento
do estudo, a pesquisadora contou com a participação de 61 idosos, sendo
29 saudáveis e 32 com CCL. Todos com escolaridade acima de oito anos.
Esses grupos foram aleatoriamente separados em dois subgrupos. “Dessa
forma tínhamos, separadamente, idosos saudáveis que fizeram treino de
memória, idosos saudáveis que não fizeram treino de memória, idosos com
CCL que fizeram treino de memória, e idosos com CCL que não fizeram
treino”.
Todos esses grupos realizaram três
avaliações. A primeira, denominada pré-teste, foi realizada antes do
início dos treinos. Um mês e uma semana depois, outra avaliação foi
feita, denominada pós-teste. A terceira e última sondagem foi desenvolvida seis meses após a última avaliação, para analisar os efeitos de manutenção do treino.
“Os idosos que fizeram treino realizavam
o pré-teste e faziam oito sessões de treino de memória, que aconteciam
duas vezes por semana, totalizando um mês. Na semana seguinte faziam o
pós-teste, que continha os mesmos testes realizados no pré-teste, porém
com versões diferentes. Este mesmo grupo, após seis meses sem realizar
treino de memória, voltava e realizava uma ultima avaliação, chamada de
avaliação de manutenção”, descreve Paula.
As sessões de treinamento tinham duração
de 90 minutos. A pesquisadora explica que “tanto as listas quanto os
textos começavam com dimensões pequenas e iam aumentando ao longo das
sessões”. Os encontros aconteciam em grupos de dez pessoas, que
continham idosos saudáveis e com CCL misturados.
Segundo Paula, os benefícios do treino
podem ser generalizados, uma vez que mesmo não treinando algumas
habilidades, como velocidade de processamento, os idosos que fizeram
treino acabaram mostrando aumento de desempenho nos testes. “Já os
idosos que não fizeram treino mostraram desempenho constante ao longo
das testagens”, completa.
A pesquisa ainda apontou que os efeitos
do treino parecem se manter os mesmos a longo prazo tanto em idosos
saudáveis quanto em idosos com Comprometimento Cognitivo Leve. “Isso
significa que o treino realmente parece beneficiar ambas as populações e
podem ser realizados uma vez a cada seis meses. Após esse tempo não
sabemos se o efeito do treino ainda perdura”, afirma a pesquisadora.
Análises e surpresas
Parte dos testes do estudo estava
voltada a analisar a memória subjetiva dos participantes, observando
como era a percepção com relação à memória e cognição. As pesquisas
envolvendo memória subjetiva mostram que esta é facilmente alterada com o
treino, mas os resultados mostraram o contrário para esta população em
específico.
“Acreditamos que talvez os idosos que
realizaram o treino possam ter se tornado mais críticos e mesmo
mostrando aumento de desempenho nos testes de memória objetiva ainda
julguem sua memória da mesma forma”, cita a pesquisadora.
A pesquisadora acredita que treino é uma
forma eficiente de prevenção de inúmeras doenças relacionadas à
memória. “Temos mostrado que ele pode amenizar a progressão de uma
doença neuro-degenerativa e manter o desempenho cognitivo de idosos
saudáveis. É um modo econômico de melhora na qualidade de vida dessa
parte da população”.
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