sexta-feira, 26 de julho de 2013

Atividades para pacientes em declinio cognitivo



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Li esta matéria em reabilitaçãocognitiva.org, achei importante relembrar aqui a importância da atividade cognitiva para o idoso, seja com diagnostico de Alzheimer, com declínio cognitivo, ou como  prevenção dos processos demenciais, são atividades importantes que irão ajudar a retardar acontecimentos que  prejudicam a relação, interferem no dia a dia do cuidador, da família, e do paciente.
Sandra Almeida

A matéria inicia fazendo referencia a importantes das  atividades usando Livros, Jornais, e Revistas, como recursos durante as atividades.
É uma atividade que estimula as habilidades cognitivas relacionadas a leitura, afinal para essa atividade aparentemente simples tudo começa com o reconhecimento de letras, sílabas e palavras, até o processamento de frases e parágrafos, chegando na compreensão do texto.
Usando a leitura, pode estimular o conhecimento prévio do leitor sobre o assunto lido, estimulando a linguagem e a memoria. Habilidades de compreensão e raciocínio são necessários para a interpretação do texto. Sendo assim, o paciente pode ser capaz de atingir esse nível de processamento da informação.
Curiosidade:
Algumas estratégias podem ser necessárias para se atingir um desempenho eficaz do paciente durante a leitura:
- Uso de régua( Fig. à cima). A régua pode ser importante para direcionar a atenção do paciente ao texto e orientá-lo quanto a sequência da frase.  As réguas recomendadas são as opacas, pois as transparentes podem não “isolar” completamente o texto a ser lido.
- Uso de marcador de texto. Os famosos marcadores de texto também podem ser usados na estratégia de isolar o trecho do texto a ser lido ou o começo e o fim do texto.
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Ainda sobre a leitura, podemos usar os jornais e revistas para orientação temporal e espacial. Lembrem-se que no topo do jornal ou na borda da capa da revista sempre temos a data/período.
Dica: revista que conheço e gosto muito pelos textos é “Vida Simples”. Os textos são atemporais e dão pano para manga quando o assunto é interpretação.
- Ouvir música:
A “musicoterapia” é  uma ferramenta terapêutica de grande valia. E, quando o assunto é estimulação cognitiva, não poderíamos deixá-la de fora.
A música pode ser relaxante para o paciente, ou seja, nos momentos de agitação, é uma excelente ferramenta para o cuidador quando ele quer mudanças de humor no paciente. Como recurso de estimulação pode-se usar a música pedindo que bata palmas, assoviar ou bater os pés, sendo uma forma de “perceber” o corpo e de estimular o ritmo.
A memória musical também pode ser estimulada, sabemos que todos temos músicas significativas e quando o cuidador sabe quais músicas são significativas (ou da época do paciente) pode desencadear lembranças que podem ser tema de conversas entre o cuidador e paciente. Além de falar sobre as lembranças, também faz parte da estimulação cognitiva, pedir ao paciente para cantar. Cantar é algo que até pessoas em estados avançados de demência podem fazer, é um momento que ira ser trabalhado a verbalização.  Aliás, usar a música nesses estágios avançados de demência pode trazer à realidade pessoas que passam a maior parte do tempo distantes e alheias à realidade.
- Ver fotografias:
Ter fotografias significativas emolduradas pela casa é ter um recurso útil para quem cuida. Fotos emolduradas e álbuns de fotografia podem ser constantemente utilizados pelo cuidador para estimular a memória do paciente. O reconhecimento de faces, de lugares e de situações pode ser conseguido por meio da fotografia. Discutir lembranças é uma estratégia que até hoje se usa na “terapia de reminiscências” que consiste em usar fotografias, objetos familiares e músicas para obter benefícios cognitivos e comportamentais. Fazer uso desses recursos com frequência pode ser bastante positivo para os pacientes.
- Estimular o uso objetos familiares:
Manter objetos familiares à vista do paciente é uma ação que deve ser desenvolvida pelo cuidador. Esses objetos ajudam o paciente a se orientar, o que diminui o risco de confusão e agitação, mas também trazem lembranças importantes. Aliás, a diminuição da confusão deve-se a essa “lembrança”.
Permitir (desde que não comprometa a segurança) e estimular a manipulação de objetos familiares pode ser crucial para manter o paciente ativo durante mais tempo. Se ele é capaz de pentear os cabelos, mesmo precisando de supervisão ou que o cuidador ao final precise refazer, é importante para manter a memória de como realizar as atividades. Se ele é capaz de “arrumar”a gaveta, que seja estimulado para tal. Isso deve ser visto não somente como estratégia para preservar as memórias como também atitude positiva para o sentimento de auto-eficácia.
Sendo assim, percebe-se que deve fazer parte da rotina de estimulação manter o paciente ativo em atividades que são conhecidas por ele.
PROCURE MANTER O PACIENTE TÃO INDEPENDENTE O QUANTO FOR POSSÍVEL
- Estimular o contato do cliente com amigos e parentes
O cuidador vai ser a pessoa que mais tempo passa com o paciente e, portanto, a pessoa que mais o conhece em termos de habilidades e limitações. Faz parte da progressão da demência de Alzheimer, assim como outras demências, o distanciamento social do paciente, pois as habilidades necessárias para socialização vão sendo comprometidas.
Manter o máximo possível o convívio social é importante também do ponto de vista cognitivo. Socializar é uma oportunidade de usar as habilidades cognitivas. Quando estamos diante de um caso com algumas limitações que prejudicam a socialização, é necessário que o cuidador seja o intermediário dessa relação. Funcione como uma espécie de “tradutor” para o paciente. O cuidador não somente vai “traduzir” a conversa, mas também vai orientar aos parentes e amigos como deve ser feito.
- Oferecer oportunidades de atividade física:
Engana-se quem acha que a pessoa com Alzheimer não pode fazer atividade física. Ela tanto pode quanto deve. Os exercícios físicos fazem parte de uma rotina com estímulos.
A atividade pode ser uma excelente oportunidade para estimular o paciente do ponto de vista cognitivo, pedindo que ele volte sua atenção e tenha informações do local onde mora (“Olhe a frente da sua casa como é bonita”  ”Sua casa era assim quando você veio morar nela? ” etc.). E, além de ser a oportunidade de estimulação, a atividade física contribui para a redução de placas amilóides (causa do Alzheimer).
Essas atividades citadas, devem fazer parte da rotina da pessoa com Alzheimer. Aliás, rotina é importantíssimo para esses casos, ajuda a orientar. O cuidador deve Sentar-se com o terapeuta ocupacional e planejar com ele a rotina do cliente de acordo com a quantidade de estimulação necessária.
Atividades que antes faziam parte da vida do cliente e eram significativas, como ir à missa, rezar o terço ou dançar (dentre tantas outras) devem, se possível, ser incorporadas nessa rotina de estimulação. Familiares serão valiosas fontes de informações sobre atividades e interesses do cliente, não hesite em procurá-los.
Não esqueça que para realização de qualquer atividade é necessário o máximo de segurança possível. Nada de situações que possam representar riscos, seja para o paciente ou até para o próprio cuidador.

Sobre o autor
Ana Leite,Terapeuta ocupacional graduada pela UFPE. Especialista em Tecnologia Assistiva pela UNICAP. Mestre em Design e Ergonomia pela UFPE. Administradora e colunista do reabilitacaocognitiva.org.

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