quarta-feira, 4 de julho de 2012

O IDOSO E AS NOVAS TECNOLOGIAS



       Desde a década de 1960, o Brasil já vem apresentando um envelhecimento populacional rápido em sua estrutura etária acredita-se que devido à redução das taxas de fecundidade observada a partir da conscientização do planejamento familiar (CHAIMOWICZ, 1997).
         A população idosa é definida de acordo com a Organização Mundial de Saúde(OMS), como aquela em que a idade é igual ou superior a 60 anos. Essa definição é referente aos países em desenvolvimento, passando para 65 anos de idade as populações idosas oriundas de países desenvolvidos (IBGE, 2000).
      Veras (1994) refere que o envelhecimento populacional, apesar de ser um fenômeno universal, em virtude de sua velocidade de transição demográfica, tem características distintas no Brasil. Em 1900, a expectativa de vida no país era de 33,7 anos, passando para 63,5 anos em 1980 e com previsões prováveis, para 2025, de 75,3 anos de idade.
       A medida que as transformações ocorrem entre as classes sociais, os idosos percebem-se desamparados pelo sistema público de saúde e pela previdência social, alguns chegam a apresentar seqüelas de doenças adquiridas, e incapacidades que reduzem a autonomia e a independência,prejudicando a qualidade de vida, sendo necessário buscar alternativas que ajudem a melhorar o bem estar da pessoa idosa(Chaimowicz, 1997).
     A tecnologia surge na vida do idoso como forma de contribuição na redução do isolamento, na estimulação cognitiva e, no bem-estar do idoso, também pode ser considerada como promotora do processo de comunicação com a família, amigos, ou como estimulador dos aspectos cognitivos. (KACHAR, 2003). Do
      O uso do computador oferece oportunidades ao idoso  de se expressar virtualmente, de exercitar a sua criatividade, de estimular seu cognitivo e assim obter uma maior interação com familiares e amigos.
        Um  aspecto  relevante a ser observado é que muitos  idosos evitam o uso do computador, por diferentes razões, podendo ser atribuídos a falta de conhecimento da ferramenta tecnológica, a escassez de recursos financeiros para um objeto considerado caro, o medo da máquina, a inadequação ao equipamento,  ausência de conhecimentos específicos sobre o assunto, uma vez que o idoso não conviveu na era da informática, e o computador funciona como um espelho, que expõe a pessoa que está usando,  às suas limitações, ao denunciar as suas dificuldades (KACHAR, 2003).
      Para Cecília Raso o medo do novo e do que não é conhecido costuma fazer parte  do indivíduo idoso. Do mesmo modo, aborda a importância do incentivo da família à pessoa da terceira idade. A mesma autora informa que o constrangimento ao acesso à tecnologia pelo idoso pode também estar relacionado à dimensão social e econômica, pois a maioria dos idosos é aposentada e não se acha em condições financeiras de comprar um objeto  caro(apud KREIS et.al,2007).
   Para Grun(2011), a arte de envelhecer(..) não se restringe somente à idade avançada(..)envelhecer é um processo que dura toda vida(..)cada fase de nossa vida tem seu próprio significado(,,) existem oportunidade e possibilidades de crescimento, amadurecimento e plenitude(..)vivemos apenas uma vez(p.8-9).
      Portanto saiba viver, aproveite as oportunidades para ser feliz, não esquecendo que a estimulação cognitiva e motora  são chaves para manter a sua autonomia, e independência por longo tempo.

REFERENCIAS

ALMEIDA, Sandra Maria Cardoso de. Jogos e Brinquedos: uma proposta da Terapia ocupacional com pacientes em declínio cognitivo. Belém: EDUEPA, 2010.

CHAIMOWICZ, F. (1997). A saúde dos idosos brasileiros às vésperas
do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev. Saúde
Pública, v. 31, n. 2, pp. 184-200.

GRUN, Anselm.Vive-se apenas uma vez.Petrópolis:VOZES, 2011

KACHAR, V. A terceira idade e o computador: interação e produção
num ambiente educacional interdisciplinar. Tese de Doutorado em
Educação. São Paulo: PUC, 2001.

KREIS, Rosana Alfinito.O impacto da informática na vida do idoso In Revista Kairós, São Paulo, 10(2), dez. 2007.



Nenhum comentário:

Postar um comentário